vSe você tem contato com a área da saúde, provavelmente já ouviu falar na expressão logística hospitalar. Mas você sabe o que, de fato, o que ela significa? Fazemos a pergunta porque essa é provavelmente a parte mais importante da administração de uma instituição de saúde. Estar atento(a) a seus benefícios, desafios atuais e dicas para impulsioná-la é, nesse sentido, fundamental para o crescimento de clínicas e hospitais. Entenda tudo sobre o tema no texto abaixo!
Afinal, o que é a logística hospitalar?
Para um conceito preciso e sem erros, compartilhamos o que o site Logística Descomplicada nos fala sobre o tema. Editado por profissionais específicos do campo, o portal explica que a logística faz o gerenciamento do fluxo de produtos, desde os pontos de fornecimento até os de consumo, visando satisfazer a demanda dos clientes ao menor custo possível.
Operacionalmente, a logística diz respeito à administração dos recursos materiais, financeiros, pessoas e informações envolvidas nas atividades de uma organização.
Quando aplicada na administração de uma instituição de saúde, é uma ação que gerencia de maneira estratégica e racional as aquisições, movimentações e armazenamentos dos materiais médico-hospitalares.
Tudo deve acontecer de modo a possibilitar a proteção da vida e/ou recuperação da saúde dos pacientes com a melhor qualidade e atendimento, baixo custo e resultado positivo para a instituição.
A logística inclui, ainda, todo o conjunto de procedimentos de gestão institucional que possuem o objetivo de assegurar a eficiência, segurança, qualidade, rastreabilidade e o bom desempenho das tecnologias aplicadas na área da saúde.
De maneira geral, ela envolve cada parte da gestão hospitalar, desde o planejamento e entrada na instituição, ao descarte de algum material, com o objetivo de proteger e garantir a segurança de colaboradores, pacientes e do meio ambiente.
Ao longo desse artigo, aprofundaremos em cada um desses pontos e explicaremos com clareza os objetivos da logística hospitalar.
Os pontos principais da logística
Como qualquer sistema de gestão e logística, os principais objetivos (quando em ambiente hospitalar) são: organizar, coordenar e planejar cada atividade da instituição de saúde.
Tudo isso deve ser feito de forma a garantir a eficácia na organização de materiais médico-hospitalares, dispensação de medicamentos, atendimento ao paciente, entre outros.
Além de tudo que já foi citado, também faz parte da logística o acompanhamento e comunicação com fornecedores, fontes pagadoras, funcionários e pacientes. Podemos notar que a logística hospitalar se torna uma verdadeira “teia” de funções, pois tudo está conectado.
Vemos isso porque a gestão de leitos, materiais e medicamentos, são importantes para o bom atendimento para o faturamento e finanças da instituição.
Evitando desperdícios
O estoque correto evita que haja produtos a mais (o que faz com que grande parte deles fique inutilizada) ou a menos (o que geraria a falta de medicamentos ou qualquer tipo de material).
Deve-se estocar somente aquilo que será usado em determinado período! Uma das maiores perdas de estoque está relacionada à validade expirada.
Portanto, a logística deve se atentar tanto ao estoque quanto à quantidade de materiais (para que não falte nenhum) etambém ao desperdício. Para isso é preciso observar com frequência detalhes como:
- Datas de validade;
- Lotes;
- Quantidade remanescente;
- Frequência de uso de todos os produtos.
O controle dos descartáveis é outro ponto que merece atenção rigorosa por serem materiais com prazos de vencimento mais curtos.
Os OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) são também materiais que exigem muito cuidado, pois possuem custos elevados e suas perdas costumam ser motivos de glosa por parte das operadoras.
Fluxos de movimentação dentro do ambiente hospitalar
O fluxo de movimentação é um ponto que passa despercebido dentro das empresas, principalmente em hospitais. Entretanto, esse fluxo, seja de materiais ou de funcionários e pacientes, é mais um ponto que deve ser observado dentro da logística hospitalar.
Poucas pessoas têm conhecimento das perdas que ocorrem nas movimentações dentro de uma unidade hospitalar. Além disso, atualmente, os hospitais realizam tratamentos mais complexos que precisam de novas tecnologias, o que no fim das contas gera custos enormes.
Por isso, os processos complementares precisam estar alinhados de modo que a organização facilite o fluxo dentro do hospital.
Logística Reversa aplicada em Hospitais
Logística reversa, segundo o Artigo 3º, inciso XII da Lei nº 12.305/2010, nada mais é do que:
“Um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de atitudes, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”
Um documento publicado pela ANVISA em 2013 mostra que mais de 13 mil toneladas de medicamentos são recolhidos por ano.
No caso de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), estima que 28,8 milhões de toneladas tiveram destino inadequado nas diferentes regiões do país, em 2013.
Logo, aqui, deve-se considerar dois detalhes sobre logística reversa: o primeiro é o consumidor, responsável pelo descarte de medicamentos vencidos nos pontos de coleta. Outro ponto são os gestores das instituições de saúde. Eles devem fiscalizar e aplicar recursos que facilitem o remanejo dos medicamentos, mantendo o controle dos prazos de validades.
Depois da aprovação da Lei acima, e do esforço da ANVISA, surgiram novas propostas para reduzir os riscos à saúde e impacto ambiental do descarte.
Benefícios da logística hospitalar eficiente
Sabemos que o principal objetivo de uma organização de saúde é oferecer um atendimento eficiente aos pacientes. Entretanto, muitas vezes, uma logística e gestão incorretas podem impedir que esse objetivo seja executado.
O processo de logística hospitalar é uma teia, ou seja, para que o objetivo seja alcançado, a gestão e a logística devem funcionar em conjunto. Isso traz um impacto positivo para o equilíbrio financeiro da instituição e para a segurança à saúde dos pacientes.
Com as novas tendências tecnológicas na saúde, tudo tende a ser realizado de maneira mais tranquila, através da automatização. Um software ou as ferramentas de gestão tendem a trazer mais segurança que significam mais vantagens para a instituição
Além disso, é bom ressaltar a importância de investir numa equipe de gestão capacitada e bem treinada. Não adianta possuir os melhores e mais modernos softwares se os profissionais não estão preparados para utilizá-los.
Desafios comuns
Assim como em outras áreas, é impossível falar de logística sem mencionar seus desafios. Pensando no âmbito hospitalar público, podemos citar, por exemplo, a dificuldade relativa aos processos burocráticos de compra, entrega e reposição de produtos, bem como o gerenciamento dos estoques.
Isso porque, durante a rotina institucional, parece árduo controlar as demandas/consumo de cada unidade de saúde, se preocupando em não comprar demais e perder produtos por conta da data de validade.
Já no setor privado, dependendo do ambiente de trabalho, a cultura organizacional pode ser um empecilho na hora de enxergar os benefícios da terceirização.
Invista em ferramentas de gestão automatizadas!
Médicos e enfermeiros costumam lidar frequentemente com pessoas. Entretanto, outros profissionais (recepcionistas e atendentes) também precisam se dedicar mais ao paciente.
Para isso, deve haver algum sistema implantado pela gestão que possa automatizar os processos internos e facilitá-los para a melhor execução do trabalho destes profissionais.
O fornecimento imediato de informações e a possibilidade de análises futuras dos dados coletados após a realização dos procedimentos contribui diretamente com a otimização de processos. Com a reestruturação, o tempo ocioso da equipe será cada vez menor.
Mesmo depois de conhecer algumas vantagens, fica aquela dúvida:
Por que investir na logística hospitalar moderna?
- Redução de gastos com insumos;
- Diminuição dos custos da folha de pagamento;
- Redução de desperdício de materiais
Por incrível que pareça, parte do estoque de materiais costuma ser desperdiçada, enquanto outra parcela se torna obsoleta. Isso obviamente prejudica o equilíbrio financeiro de qualquer hospital.
Além de softwares de gestão e equipe bem capacitada, é necessário que os processos sejam bem definidos. Isso implica em conhecer bem cada demanda e necessidade da instituição.
Com o sucesso do plano de negócios, mais usuários e melhores números para o hospital, acaba surgindo outro problema:
Como gerir um fluxo maior de pacientes, exames e consultas?
O segredo é estar sempre a frente dos imprevistos!
Com o suporte correto, o atendimento dá conta de acompanhar a demanda. Esta será umas das suas melhores ferramentas em questões de qualidade.
Nada agrada mais a uma pessoa precisando de cuidados médicos do que:
- Precisão;
- Agilidade;
- Disponibilidade.
Esses são alguns pontos importantes para realizar uma gestão hospitalar de qualidade. Traçar uma estratégia empresarial no hospital não é, de forma alguma, uma maneira de desumanizar o atendimento médico, mas, sim, um recurso para maximizar a competência e aumentar o escopo de ação sem perder qualidade.
Afinal de contas, uma gestão de qualidade significa também tratamento de qualidade, que é o objetivo final de todo hospital.
