Cuidado em saúde baseado em valor

No Brasil, a maior parte das instituições de saúde privadas pagam seus funcionários através do sistema Fee for Service (FFS), cuja tradução significa pagamento por procedimento.

Neste tipo de remuneração, a atenção dos profissionais é focada na doença do paciente e não no processo de prevenção, já que a remuneração vem a partir dos procedimentos.

Ou seja, o modelo FFS estimula os profissionais a realizarem mais procedimentos complexos, fazendo com que o pagamento seja realizado a cada vez que ocorrer um episódio desse tipo.Um exemplo disso, acontece quando há a remuneração de serviços para cuidados paliativos.

Dentro do sistema Fee for Service, existem inúmeras desvantagens, algumas delas são:

  • Realização de procedimentos desnecessários;
  • Duplicação de serviços;
  • Ineficiência clínica;
  • Aumento dos custos de cuidados na saúde.

Por estar vigente a muitos anos, o FFS gera um grande problema e difícil de resolver, baseado no faturamento por procedimento. Entretanto, ainda é possível aderir a um sistema cujo foco está no resultado, ou seja, na melhora do paciente.

Este outro modelo de sistema tem crescido muito no exterior, ele remunera o profissional de acordo com a evolução do paciente, e surge como uma possibilidade para enfrentar as desvantagens do modelo FFS.

Continue com a gente para entender melhor!

O que é o cuidado baseado em valor

Conciliar qualidade e custo é uma tarefa difícil para qualquer segmento empresarial, e na saúde não é diferente, e é exatamente isso que prega o conceito de cuidado baseado em valor.

“Promover qualidade e resultados por meio de uma assistência qualificada e de baixo custo”

Pode parecer impossível, entretanto, já existe um método de pagamento baseado em resultados. O PBV (value based payment), que tem como objetivo incentivar a qualidade e valorizar os serviços da saúde, além de diminuir o crescimento de custos e reduzir desperdícios.

Este método existe como uma opção para as instituições que desejam modificar o pagamento que é baseado em volume. Especialista já apontam esse método como o mais eficiente, e afirmam que as instituições que não aderirem estarão “nadando contra a corrente”.

No modelo PBV a remuneração pode acontecer de várias formas, algumas delas são :

  • Pagamento de acordo com a performance;
  • Recompensa por melhorias nos indicadores de qualidade da instituição;
  • Bundles.

Seja como for, o objetivo principal é reduzir a realização de processos dispensáveis. Isso sem contar que a diminuição dos prejuízos acabará trazendo mais lucro para a instituição e consequentemente para todos os profissionais que nela trabalham.

Como aplicar o modelo PBV em hospitais e clínicas?

Para implementar este modelo é preciso realizar mudanças assistenciais e empresariais de todos os envolvidos no processo, desde funcionários da recepção, até os médicos e gestores.

Desta forma, todos os profissionais da instituição estarão voltados para o bem maior que é a saúde do paciente.

O cuidado de saúde baseado em valor, define as linhas de cuidado prioritárias e foca em resultados assistenciais, isso significa uma melhor relação entre paciente e instituição de saúde, o que consequentemente trará mais lucros do que o modelo FFS.

O primeiro passo para promover essa mudança é fazer com que a instituição seja organizada em etapas de cuidado. Cada uma delas engloba uma determinada classe de pacientes, mensurando seus resultados assistenciais e seus custos  por meio de uma visão longitudinal.

Estas etapas são:

  • Avaliar o grau de preparo “gaps” com relação aos resultados assistenciais, custos, processos de melhorias, infraestrutura e organização;
  • Definir as condições e medidas de resultados assistenciais para começar o processo de transformação;
  • Ter capacidade de arcar com custos e recursos de pacientes ao longo da linha do cuidado;
  • Elaborar modelos iniciais de ganhos rápidos;
  • Institucionalizar a abordagem de gerar valor para o paciente – clareza da governança.

Ainda assim, alguns fatores podem atrasar a adoção deste modelo de remuneração e cuidado.

Desafios

A população está crescendo cada vez mais, e a expectativa de vida também está cada vez mais alta. Isso faz com que os modelos de cuidado passem por inúmeras mudanças nas últimas décadas, mudanças estas, que costumam assustar os gestores da tão tradicional área da saúde.

Conseguir promover o cuidado em saúde a baixo custo, com qualidade e bons resultados, é um desafio que muitos não estão dispostos a encarar.

Os gestores da área da saúde ainda se mostram muito apreensivos, mesmo nos EUA, onde a metodologia PBV surgiu.

A saúde pública está a frente da saúde privada nessa situação. Atualmente o SUS consegue destinar os recursos adicionais de uma forma mais eficiente.

Contudo, ainda é muito difícil, para as instituições privadas, assumir riscos diante de tal transformação. Sem contar que o FFS, ainda se mostra extremamente rentável. Então os gestores preferem manter o que já está “garantido”.

Além disso, o cuidado baseado em valor demanda uma padronização geral de processos e insumos, para que toda a remuneração sejam reformulados de maneira segura. Por esse motivo, ainda existe uma necessidade de maiores investimentos na integração de dados, para que todos os envolvidos consigam acompanhar a trajetória do paciente.

Conclusão

No Brasil poucas instituições possuem o sistema de custo bem definido, e o processo de transformação da instituição ainda é um grande desafio. Apesar de tudo isso, é preciso ser corajoso para inovar e crescer!

Todo o processo poderá ser melhor para a instituição e para o paciente, com a ajuda da tecnologia.

Elas poderão:

  • Otimizar os processos de pagamento;
  • Possibilitar análises mais profundas;
  • Melhorar a jornada do paciente;

Dentre outros benefícios que trarão mais lucro para a organização e mais saúde para o paciente. Gostou do texto ou ficou com alguma dúvida? Entre em contato conosco

Gostou? Compartilhe este artigo com seus colegas.

Nuria © 2012-2023
Feito com ❤️ em Belo Horizonte

Nuria © 2012-2023         Feito com ❤️ em Belo Horizonte