Parece um consenso dizer que profissionais da saúde estão constantemente expostos a riscos físicos no ambiente hospitalar. Esses riscos são diversos (há, por exemplo, os biológicos, bem como os químicos), podendo ser ocasionados por agentes como o calor, ruídos, radiações ionizantes, radiações não ionizantes e pressões anormais. É por tal motivo que pessoas que atuam em unidades médicas devem sempre seguir normas de biossegurança.
Mas, afinal, como localizar determinadas ameaças dentro de uma instituição médica? O que significa biossegurança em saúde? E, acima de tudo, quais são as áreas de risco dentro da sua clínica? Para te auxiliar, criamos um post para abordar cada um desses perigos e avaliar qual a melhor maneira de evitá-los.
Biossegurança em saúde: o que é?
A biossegurança hospitalar é um conjunto de medidas que procura reduzir, ou mesmo erradicar, os riscos característicos das atividades que acontecem no setor de saúde. O nome pode sugerir algo difícil, mas comportamentos simples como utilizar equipamentos de proteção, evitar materiais tóxicos e seguir as regras de segurança do hospital talvez sejam o que sua instituição precisa para corrigir suas irregularidades.
Isso porque existem algumas medidas que, quando não executadas, podem prejudicar toda a gestão de uma unidade de saúde. Alguns erros comuns e facilmente identificáveis são:
- negligências às medidas de prevenção a acidentes;
- negligência das condições de armazenamento de materiais e produtos;
- uso incorreto do equipamento de esterilização;
- ausência de limpeza do final do dia;
- equívocos de fiscalização;
- inexistência de manutenção nos equipamentos.
Quais são as precauções padrão para prevenir contra os riscos físicos no ambiente hospitalar?
Entre as medidas englobadas pela biossegurança, está a contaminação, que é atualmente uma das principais causas de acidentes em hospitais e clínicas. Dependendo da atividade realizada, os riscos podem ser elevados e fazer com que os profissionais tenham suas saúde seriamente prejudicadas por condições erradas de trabalho, como:
- erro no uso de equipamentos;
- problemas estruturais do laboratório;
- contato desprotegido com agentes contaminantes.
Por isso, a higienização frequente e o descarte correto de resíduos, entre outras normas, ajudam significativamente a evitar possíveis eventualidades.
Precaução de toque
Algumas normas regulamentadoras, como a NR 32, possuem os critérios básicos para a adoção de medidas de proteção aos funcionários. Um simples toque em um paciente que possui alguma doença contagiosa, aqui, é um erro grave. Por esse motivo, é de grande necessidade conscientizar e treinar bem toda a equipe.
Cabelos
É imprescindível que os cabelos estejam sempre amarrados. Cabelos soltos em locais contaminados podem ser agentes transmissores de doenças.
Quais são as atividades de risco no ambiente hospitalar?
Segundo a NR 32, são atividades de risco afazeres profissionais capazes de proporcionar dano, doença ou morte aos indivíduos. A seguir, listamos alguns:
Risco ambiental
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos que existem nos ambientes de trabalho.
Os agentes ambientais, são muito estudados na área de segurança e saúde, sobretudo na elaboração e implementação dos programas como: Programa de Gerenciamento de Riscos, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, etc.
As quatro principais ameaças ambientais são físicas – ruídos e vibrações -, biológicas, acidentais – arranjo físico inadequado – e químicas.
Risco à saúde
O risco à saúde são as possibilidades de acontecer uma exposição na qual um indivíduo é levado a ter alguma doença. Um exemplo dessa classificação são os ruídos e as vibrações.
Unidades hospitalares são ambientes com grande probabilidade de contaminações e danos, devido às diversas bactérias presentes nesse ambiente. Muitas vezes os impactos podem ser irreversíveis, por isso o cuidado deve ser redobrado.
Pelo grau de vulnerabilidade ser alto, é necessário uma Gestão de Riscos em Saúde nas instituições. Essa gestão deve ser coordenada por um especialista em processos preventivos, que estará sempre informado sobre as principais normas e padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde, da Vigilância Sanitária e Epidemiológica.
Ruídos
Os efeitos dos ruídos podem ser prejudiciais aos pacientes, funcionários e para a própria estrutura física do hospital, podendo, ainda, impactar o funcionamento dos próprios equipamentos. Uma curiosidade sobre o tema é que o Anexo 8 da NR-15 da Portaria 3.214/78 afirma que as tarefas que coloquem os trabalhadores, sem proteção, às vibrações próximas, são consideradas insalubres.
Vibrações
A perda auditiva depende de fatores ligados ao meio ambiente. A intensidade, o impacto, a duração e a qualidade são condições determinantes para causar certas doenças.
De modo geral, é necessário haver uma avaliação ambiental, por meio de um “decibelímetro” (medidor de pressão sonora). O instrumento é capaz de captar o ruído que irá atingir diretamente o funcionário.
A surdez é irreversível, dessa forma, é realmente necessário o uso de medidas como essa para evitar possíveis acidentes.
Qual é a classificação dos riscos no ambiente hospitalar?
Para que os riscos fossem melhor organizados, foram mapeados em cinco categorias com cores distintas pelo Ministério do Trabalho, podendo ser divididos em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. A seguir, detalhamos cada grupo.
Riscos físicos
Os riscos físicos são classificados pela cor verde. Alguns exemplos desse grupo são:
- equipamentos que geram calor, frio ou que operam sob pressão;
- radiações;
- campos elétricos;
- umidade, etc.
Riscos químicos
Os riscos químicos, por sua vez, são classificados como vermelhos. Neste grupo, estão produtos químicos, em geral, sob as diferentes formas e apresentações (líquida, sólida, vapor, fumaça, etc.) Alguns exemplos:
- ácidos;
- reagentes oxidantes;
- reagentes redutores;
- gases;
- formol;
- medicamentos;
- metais presentes em lâmpadas.
Riscos biológicos
No terceiro grupo estão os riscos biológicos. Estes são indicados pela cor marrom e são provocados por agentes biológicos como:
- microrganismos geneticamente modificados ou não;
- culturas de células;
- parasitas;
- toxinas e príons.
Riscos ergonômicos
A quarta categoria, classificada pela cor amarela, está relacionada com estresse físico ou psicológico.
- jornadas de trabalho prolongadas;
- esforços repetitivos;
- postura inadequada;
- levantamento de peso etc.
Riscos de acidentes
A quinta classificação é marcada pela cor azul e está em riscos de acidentes. Neste grupo, estão:
- arranjo físico inadequado;
- máquinas e equipamentos desprotegidos;
- iluminação inapropriada;
- eletricidade;
- probabilidade de incêndio e explosão;
- animais peçonhentos;
- circunstâncias que podem provocar acidentes, etc.
Fonte: Segurança e Saúde no Trabalho em Ambientes da Saúde – Ministério do Trabalho (Portaria n° 485, de 11 de novembro de 2005).
Quais são as áreas de risco?
Como já se sabe, os hospitais possuem áreas de grande risco aos funcionários e pacientes. É necessário conhecer cada área para precaver e evitar algumas ocorrências.
De acordo com a Anvisa, as áreas hospitalares podem ser divididas como críticas, semicríticas e não críticas.
- críticas: área onde encontra-se um risco em desenvolver infecções relacionadas à assistência, seja pela execução de processos envolvendo artigos críticos e material biológico.
- semicrítica: área de baixo risco para infecções relacionadas à execução de processos envolvendo realização de atividades assistenciais.
- não crítica: área em que o perigo é mínimo ou inexistente.
Quais são as práticas adotadas em laboratórios?
As ações de biossegurança adotadas em laboratórios visam proteger os funcionários, o meio ambiente e a comunidade.
Por isso, é importante que os profissionais recebam treinamentos sobre técnicas que devem ser adotadas para manter o ambiente seguro.
A biossegurança é uma responsabilidade individual! Entretanto, cabe aos gestores hospitalares garantir um local seguro para a plena execução de todas as atividades.
Existem algumas normas gerais de biossegurança mais direcionadas a ambientes laboratoriais. São elas:
- descartar todo o material perfurocortante, contaminado ou não, nos coletores de descarte;
- nunca reencapar agulhas! De cada 10 acidentes que ocorrem, 3 são por reencapamento de agulhas;
- sempre utilizar equipamentos de proteção individual, como touca, óculos, luvas, máscaras, avental ou capote;
- nunca usar calçados abertos no ambiente de trabalho;
- ao transportar tubos de ensaio ou seringas contendo material biológico pelos corredores, nunca os levar na mão.
Além destas, outras normas podem ser aplicadas para garantir proteção e qualidade à sua instituição.
Partiremos agora para os resíduos sólidos, mas antes é importante conhecermos o CONAMA.
O que é o CONAMA?
CONAMA é o conselho nacional do meio ambiente. É ele quem auxilia, estuda e sugere ao governo medidas para exploração e preservação dos recursos naturais.
Você pode saber mais sobre o CONAMA, clicando aqui!
Dentre suas principais funções, o CONAMA determina a necessidade da realização de estudos sobre alternativas de possíveis consequências ambientais.
O que é o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos no Ambiente da Saúde – PGRSS?
Apesar de ser um ponto importante, até 2006, o país ainda não contava com uma lei que organizasse a gestão de resíduos sólidos.
O plano estabelece um conjunto de procedimentos que minimizem a produção de resíduos e também os encaminha para o local apropriado.
Isso garante proteção aos trabalhadores, preservação da saúde e recursos naturais. (Resoluções RDC ANVISA nº 306/04 e CONAMA nº 358/05).
Fonte: Ministério da Saúde
Os resíduos são classificados de acordo com a Resolução RDC nº 33/03 como:
- grupo A (potencialmente infectantes): agentes biológicos presentes em materiais de maneira que apresentem risco de infecção;
- grupo B (químicos): materiais que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente, independente de suas características inflamáveis;
- grupo C (rejeitos radioativos): são os materiais que contém radioatividade em carga acima do padrão e que não podem ser reutilizados.
- grupo D (resíduos comuns): qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, luvas, materiais passíveis de reciclagem e papéis;
- grupo E (perfurocortantes): objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.
Depois de entender a classificação de cada grupo, passaremos para outro gargalo encontrado pelas instituições com relação à biossegurança.
Os desafios na adoção de normas de biossegurança
Grande parte dos incidentes em instituições de saúde ocorre pelo comportamento inadequado dos profissionais. Um exemplo é a higienização incorreta das mãos, que pode ser a porta de entrada para inúmeras infecções e doenças.
Outro desafio comum nas instituições é a falta de disseminação da informação para todos os setores. Isso se dá pela carência de profissionais para implantar projetos de biossegurança na área de saúde.
Isso implica também na falta de adequação de infraestrutura e Equipamento de Proteção Individual (EPI). Estes equipamentos englobam todos os produtos responsáveis por proteger cada trabalhador individualmente.
Além de minimizar os riscos ambientais, os EPIs evitam as doenças ocupacionais, acidentes, e promovem o bem-estar do profissional. Materiais como os que falaremos a seguir, são considerados equipamentos de proteção individual:
- jaleco;
- luvas de proteção;
- máscaras de proteção;
- óculos de proteção.
Esses materiais oferecem proteção contra:
- respingos de materiais biológicos e substâncias reagentes;
- contato com matérias irritantes, contaminantes, tóxicas ou corrosivas;
- aspiração de gases e substâncias tóxicas que podem comprometer o aparelho respiratório;
- inalação de agentes infecciosos e vapores intoxicantes.
Percebe a importância de uma boa equipe de gestão hospitalar? É ela que irá frequentemente fiscalizar se os colaboradores estão fazendo uso correto dos equipamentos de proteção.
Quais são as consequências do descuido hospitalar?
Se procurar na internet sobre problemas de biossegurança, você perceberá como um “pequeno erro” afetou gravemente várias pessoas.
Esses incidentes geralmente ocorrem durante o desenvolvimento das atividades dos profissionais de saúde e são considerados acidentes de trabalho.
O Acidente de trabalho
Sabemos que há uma ampla definição para o termo “acidente de trabalho”. Portanto, para começarmos a explicar este conceito, recorremos à definição jurídica.
Conforme o art. 19 da Lei nº 8.213/91,
“Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.”
Ou seja: Tudo o que acontece com o profissional durante a realização do serviço e provoca problemas ao mesmo é considerado acidente de trabalho. Além deste conceito inicial de acidente de trabalho típico, existem outros dois, são eles:
O que fazer em caso de acidente de trabalho?
Nesses casos, as primeiras medidas a serem tomadas pelos profissionais que foram lesados (seja pelo ambiente ou pela exposição a fatores de risco químico, por exemplo) é entrar na justiça.
No entanto, quando o acidente envolve material biológico, as medidas mais urgentes a serem tomadas são no próprio ambiente. O ato de desinfetar o local diminuirá o risco de contaminação.
A falta de dados mais elaborados sobre os acidentes de trabalho ou com envolvimento de material biológico no Brasil dificulta o conhecimento aprofundado da situação. Entretanto, ainda é possível recordarmos de um fato que aconteceu por descuido com as normas de Biossegurança.
Qual a Importância da biossegurança hospitalar
Depois de tanto conteúdo, parece óbvio dizer qual a importância da biossegurança, já que se trata da aplicação de medidas que proporcionam segurança a profissionais e pacientes. Nesse sentido, seu valor reside na garantia de que os indivíduos não estejam sujeitos a riscos físicos no ambiente hospitalar – seja ao olhar para o ambiente de trabalho, a higienização ou a forma como os medicamentos são manuseados. Todo mundo sai ganhando!
Você se lembra do Césio 137?
O acidente aconteceu em Goiânia no dia 13 de setembro de 1987.
Um aparelho de radioterapia foi descartado de maneira incorreta e acabou sendo encontrado por pessoas que não sabiam do que se tratava. Essas pessoas, mantiveram em mãos por muito tempo, um perigoso material radioativo.
Esse acontecimento causou grandes consequências a população, que ficou exposta à radiação liberada pelo aparelho. O Césio 137 ficou conhecido como um dos maiores acidentes radiológicos.
Uma atitude pequena que afetou milhares de pessoas, assim como citamos anteriormente quando falamos sobre as medidas de biossegurança. Por esses e outros motivos, a existência da biossegurança é vital para o bom funcionamento da área da saúde.
O que a biossegurança tem a ver com a CM Tecnologia?
Mesmo com todo o cuidado exercido pelos profissionais de biossegurança e instruções dadas aos médicos com relação aos pacientes, podem acontecer alguns problemas.
Confira um exemplo prático para entendermos melhor essa situação:
Suponhamos que uma pessoa esteja com sintomas de qualquer doença de fácil contágio. Ao se sentir mal, a pessoa busca auxílio médico na clínica mais próxima. No entanto, ao chegar no hospital ela tem de ficar horas esperando em um local fechado com a ventilação de ar condicionado. Qual é a chance de outras pessoas também contraírem a mesma doença deste paciente?
É por isso que a CM Tecnologia investe na automação da jornada do paciente, entre outras coisas, ela:
- evita que esse tipo de contágio aconteça;
- facilita a vida dos pacientes e dos profissionais da saúde.
Com a automatização da jornada do paciente, todo o processo acontece de maneira mais rápida e simples. O que já significam vantagens para paciente e hospital que poderá:
- reduzir custos;
- possuir mais agendamentos em um período menor de tempo;
- diminuir o risco de contaminação de outras pessoas que estariam perto do paciente infectado.
Com relação aos ganhos para o paciente, podemos considerar que ele terá, entre outras coisas:
- melhor experiência de atendimento, o que faz com que ele retorne à sua instituição;
- mais praticidade e agilidade nos procedimentos;
- processo mais organizado com informações transparentes.
Os riscos físicos no ambiente hospitalar por muitas vezes são inevitáveis, principalmente por se tratar de unidades de saúde. Mas existem maneiras eficientes de usar a tecnologia a seu favor para se prevenir contra essas ameaças.
Fique ligado nos canais da CM Tecnologia para mais dicas e conteúdos sobre a gestão da sua instituição de saúde!