Ao que tudo indica, a população brasileira está envelhecendo mais. Pelo menos é o que dizem os grandes institutos de pesquisa.
De acordo com um levantamento de 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rápido processo de envelhecimento fará com que, em 2030, o Brasil possua mais idosos que crianças pela primeira vez. Se hoje o número de pessoas mais velhas representa apenas 14,3% do total, em dez anos, o número subirá para os 18% — reflexo de uma tendência mundial. Isso porque, como afirma o Census Bureau norteamericano, as pessoas estão definitivamente vivendo mais.
Embora a constatação seja animadora, é fácil perceber que a nova realidade traz consigo uma série de desafios. Afinal, enquanto caminhamos para um cenário marcado pela longevidade, vemos que muitas oportunidades e locais urbanos não são pensados para a população idosa.
Por sua vez, quando o assunto é o setor de saúde, as coisas só tendem a se complicar. Nossos sistemas, já falhos o bastante, darão conta do trabalho? Como ficarão os gastos na área, atualmente exorbitantes? Longe de respostas simples, questões como essas têm sido bastante comentadas por portais do setor, fóruns especializados e gestores de saúde. E as projeções nem sempre são as melhores.
Aliás, já que estamos falando das perspectivas futuras, que tal comentarmos quais serão os impactos do envelhecimento da população na saúde nacional?
Abaixo, você confere de que forma a nova expectativa de vida provavelmente afetará o setor. Confira!
Envelhecimento da população e saúde: mudanças futuras
Como dito acima, se um “país mais velho” representa um avanço quando comparado às nossas décadas anteriores, o novo fenômeno também significa modificações profundas em relação à assistência em saúde. Aqui está o que os maiores portais da área identificam:
Mais despesas assistenciais
Falar do aumento da população idosa é considerar que a faixa de idade está mais propensa a doenças crônicas, como a diabetes e hipertensão. Junto disso, há as típicas mudanças no organismo e alterações nos sentidos (esse é o caso da visão, por exemplo), que devem ser levadas em conta pelas unidades de saúde.
Na prática, tais questões certamente refletirão em um acompanhamento constante por parte de médicos e demais profissionais da área — algo que, por sua vez, tende a gerar muitos gastos assistenciais. Pense na quantidade de exames, consultas e internações, por exemplo.
Para se ter uma ideia da proporção do cenário, segundo o painel de precificação da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o custo da assistência de um idoso com mais de 60 anos é bastante superior ao dos jovens. Ao todo, 6,9 vezes mais em internações, 7,5 mais nos exames e 5,7 em terapias.
Considere um futuro em que as pessoas vivem muito mais e veja as despesas crescerem exponencialmente.
A questão dos medicamentos
Quando o assunto são os medicamentos, as visões sobre o futuro da saúde também estão longe de ser positivas. Nessas horas, vale se lembrar de que a compra de remédios ainda representa uma das principais fontes de despesa para os sistemas do setor… e para os cidadãos.
Pensando nas famílias brasileiras, de acordo com um estudo editado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o valor destinado aos medicamentos corresponde a 40% dos gastos nacionais com saúde, ultrapassando até mesmo as despesas com planos de saúde. Para as classes mais baixas, tal valor chega a cerca de 80%!
Quanto às instituições, a chegada de medicamentos ao mercado também traz consigo diversas outras questões. Primeiramente, há o custo altíssimo que é trazer uma nova substância às prateleiras farmacêuticas (cerca de U$897 milhões, segundo o Tufts Center for Drug Development).
Depois, a demora do período de investimentos, a espera para sua adoção por parte das unidades de saúde e a hesitação dos médicos diante de medicamentos que ainda não conhecem.
Ou seja: se estamos falando do crescimento da faixa etária que consome muitos medicamentos, devemos considerar os muitos gastos (e possíveis efeitos devastadores) — tanto para os cidadãos quanto para os órgãos de saúde.
Necessidade de atenção à saúde do idoso
Sem dúvidas, outra grande modificação no segmento médico será a necessidade de fortalecer o modelo de atenção à saúde da terceira idade.
Hoje, por exemplo, há poucos espaços de atenção integral destinados a este público. As residências e centros de recreação, portanto, acabam se restringindo às classes socioeconômicas mais altas. Será fundamental repensá-los, reforçando principalmente a autonomia da população idosa.
Além disso, a relação entre os profissionais de saúde e os mais velhos com certeza também precisará de reforço. Em outras palavras, mais profissionais com habilidades específicas, priorização dos estudos de geriatria e gerontologia no Ensino Superior, ampliação de cursos de capacitação e investimento em recursos humanos voltados para a modalidade.
No fim, é muito provável que o crescimento da população idosa abra inúmeras novas frentes de negócios.
E então, o artigo acima te ajudou a entender a relação entre o envelhecimento da população e Saúde nos próximos anos? Saiba que há diversos outros conteúdos como ele em nosso blog!